Imunocomplexos

Imunocomplexos são estruturas formadas pela ligação específica entre anticorpos e antígenos. Quando o sistema imune responde a um antígeno, os anticorpos podem se associar a ele, gerando aglomerados que variam em tamanho. Esses complexos podem permanecer solúveis no plasma ou depositar-se nos tecidos, especialmente quando há desequilíbrio entre as quantidades de antígeno e anticorpo ou deficiências nos mecanismos de remoção.

Formação, tamanho e deposição são determinantes de seu destino. Complexos grandes costumam ser removidos pela globina de defesa com mais eficiência, enquanto complexes pequenos podem permanecer circulantes e infiltrar tecidos, promovendo inflamação. A deposição de imunocomplexos em vasos sanguíneos, glomérulos renais e articulações é característica de reações de hipersensibilidade do tipo III.

Mecanismo fisiopatológico envolve ativação do complemento pela via clássica, com estímulo de C1q e cascata subsequente até C3a, C5a e C3b. O complemento favorece a atração e ativação de neutrófilos e macrófagos, liberando mediadores inflamatórios que causam dano tecidual. A eficiência de remoção de imunocomplexos depende de receptores Fc, do sistema reticuloendotelar e da integridade do complemento.

Clinicamente, imunocomplexos estão associados a doenças de hipersensibilidade do tipo III, como lúpus eritematoso sistêmico, vasculites e certas formas de glomerulonefrite. Sintomas variam conforme o sítio de deposição: lesões cutâneas, artrite, hematúria ou proteinúria, e febre.

Diagnóstico envolve avaliação clínica e laboratorial, com sinais de hipocomplementemia (baixos C3/C4), presença de anticorpos específicos e testes que detectam imunocomplexos circulantes (por exemplo, ensaios de ligação ao C1q). Tratamento visa controlar a doença subjacente, reduzir a inflamação e, em casos graves, remover imunocomplexos com plasmaperese.