Termofílica

Termofílica é um termo usado para descrever organismos, enzimas e outras moléculas que funcionam melhor em temperaturas elevadas. Em biologia, costuma-se aplicar a palavra a microrganismos que crescem em ambientes quentes, como bactérias e arqueias, bem como às proteínas que mantêm sua atividade sob calor intenso. Os termofílicos geralmente crescem a partir de cerca de 45°C, com ótimos entre 60°C e 80°C; existem também hipertermófilos cuja atividade ótima ultrapassa 80°C.

A origem do termo está no grego therme (calor) e philos (amigo), indicando a afinidade por calor extremo. Ambientes típicos de termofílicos incluem fontes termais, solos quentes, fissuras geotérmicas e regiões hidrotermais marinhas, onde a disponibilidade de calor atua como fator ambiental dominante.

Relevância e aplicações são amplas. Enzimas estáveis a altas temperaturas, como a polimerase de Thermus aquaticus (Taq polimerase), revolucionaram técnicas de biotecnologia, especialmente a PCR. Além disso, muitos termofílicos arqueias e bactérias produzem proteínas, metabólitos e vias bioquímicas úteis para indústrias químicas, farmacêuticas e de saneamento, incluindo processos que requerem condições severas de temperatura.

Características adaptativas comuns incluem proteínas com estrutura estável ao calor, membranas com composições de lipídios que resistem à desassociação térmica e mecanismos eficientes de reparo e proteção de DNA. Em ecologia, os termofílicos ocupam nichos onde microrganismos de temperaturas mais baixas não competem tão bem, contribuindo para ciclos biogeoquímicos em ambientes extremos.