Reepitelização

Reepitelização, ou re-epitelização, é o processo de regeneração do epitélio após uma lesão, que restaura a barreira protetora da superfície do tecido, seja pele, mucosas ou superfície ocular. Trata-se de uma etapa central da cicatrização na qual o epitélio é reconstruído para reestabelecer a integridade da barreira externa.

O mecanismo envolve a ativação de células basais no bordo da ferida. Essas células perdem adesões, migram sobre o leito da ferida formando uma camada epitelial provisória, e posteriormente proliferam e se diferenciam para restabelecer a epiderme ou o epitélio mucoso normal. A membrana basal é restaurada e a matriz extracelular é remodelada durante esse processo, que ocorre após as fases iniciais de hemostasia e inflamação.

Diversos fatores influenciam a reepitelização. Fatores que a promovem incluem um ambiente úmido, boa oxigenação, controle de infecção, debridamento adequado e a presença de anexos epiteliais ou células-tronco locais que forneçam origem para a regeneração. Fatores que podem retardá-la incluem diabetes, tabagismo, perfusão sanguínea inadequada, uso de corticosteroides, injúrias extensas ou profundas e infecção.

Clinicamente, a velocidade da reepitelização está associada ao tempo de cicatrização e à qualidade da restauração da barreira. Em oftalmologia, a reepitelização da córnea depende de células-tronco do limbo e falhas podem levar a ulcerações ou cicatrizes. Em pele e mucosas, a recuperação adequada do epitélio é essencial para prevenir cicatrizes e feridas crônicas.