Precarização

Precarização é um termo utilizado nas ciências sociais para descrever o aumento da insegurança, da vulnerabilidade e da instabilidade associadas ao trabalho e, em alguns casos, às condições de vida. Em termos laborais, refere-se à expansão de empregos com contratos temporários ou informais, salários baixos, ausência de proteção social, jornadas irregulares e elevada dependência de empresas contratadas ou plataformas digitais. O conceito também é aplicado, de modo mais amplo, para indicar modos de vida cada vez menos estáveis em consequências de políticas públicas e de transformação econômica.

O campo de estudo associa a precarização a processos de flexibilização do mercado de trabalho, globalização, terceirização e desregulamentação de direitos. A ascensão da economia de plataformas, o aumento de contratos atípicos e a fragmentação das relações de trabalho são vistos como mecanismos centrais. Embora o foco típico seja o emprego, o termo também é utilizado para discutir precariedade em áreas como moradia, serviços públicos e proteção social, refletindo uma lógica de insegurança permanente.

Entre os mecanismos comuns, destacam-se contratos temporários, subocupação, trabalho intermitente, terceirização, remuneração inadequada, falta de benefícios e redução de garantias laborais. Os impactos incluem dificuldade de planejamento familiar, ansiedade e estresse, menor poder de negociação, piora da saúde e aumento das desigualdades.

Medidas políticas discutidas envolvem fortalecimento da proteção social, expansão de direitos trabalhistas, fortalecimento da negociação coletiva e regulação de plataformas. Críticas ao conceito apontam que ele abrange múltiplas formas de vulnerabilidade e pode ser utilizado de modo genérico, requerendo especificação empírica para políticas públicas eficazes.