pressuposições

Pressuposição é uma suposição subentendida que acompanha uma afirmação, sendo considerada verdadeira para que o enunciado tenha sentido no contexto. Em termos simples, é algo que já se aceita como dado antes mesmo de se avaliar a veracidade da frase. Diferentemente de uma implicação, a pressuposição não depende do valor de verdade da frase falada; ela tende a “projetar” para além da negação, da pergunta ou da condição, mantendo-se como condição de background.

Propriedades e projeção

As pressuposições não são parte da avaliação fonética da sentença; ainda assim, elas devem ser consideradas verdadeiras para que a frase seja aceitável. Elas costumam sobreviver à negação, às perguntas e a certos contextos condicionais, o que as distingue de outras noções semânticas. Em muitos casos, uma pressuposição falha caso a própria condição sobre a qual recai não exista ou seja falsa no mundo.

Gatilhos comuns de pressuposição

- Descrições definidas: “O presidente da cidade chegou.” pressupõe que exista um presidente.

- Verbos factivos: “sabemos que…”, “percebeu que…” tendem a pressupor a proposição contida.

- Verbos de mudança de estado: “parou de fumar” pressupõe que a pessoa fumava antes; “voltou a correr” pressupõe que corria anteriormente.

- Expressões que indicam continuidade ou anterioridade: “de novo”, “novamente”, que implicam um estado anterior.

Exemplos

- “O rei de França é calvo.” pressupõe que exista um rei de França.

- “Você parou de fumar.” pressupõe que você fumava antes.

- “João voltou a morar na cidade.” pressupõe que João morava na cidade anteriormente.

Teoria e uso

Na linguística, as pressuposições são estudadas em contraste com verdade-condição de sentenças e implicaturas. Modelos de semântica dinâmica tratam a pressuposição como parte do contexto que é atualizado pela fala, influenciando como se propaga o significado em sequências de enunciados. As pressuposições são relevantes em interpretação linguística, filosofia da linguagem e processamento de linguagem natural.