lupusnefritis

Lupus nefrite, ou nefrite lúpica, é uma inflamação renal associada ao lúpus eritematoso sistêmico (LES). O mecanismo envolve deposição de complexos imunes nos glomérulos, ativação do complemento e inflamação renal, levando a proteinúria, edema, hipertensão e, em alguns casos, queda da função renal. A nefrite lúpica é uma das principais complicações renais do LES.

A doença é classificada pela ISN/RPS em seis classes, com base em achados da biópsia renal. Classes I e II descrevem lesões principalmente mesangiais, geralmente com prognóstico mais favorável. Classes III (focais) e IV (difusa proliferativa) indicam inflamação glomerular mais extensa e costumam exigir tratamento imunossupressor agressivo. Classe V é nefropatia membranosa associada a proteinúria significativa. Classe VI representa esclerose glomerular avançada.

Clinicamente, pode haver proteinúria (às vezes na faixa nefrótica), edema, hipertensão, hemúria e redução da função renal. A apresentação varia conforme a classe e a gravidade. Diagnóstico envolve sorologia para LES (anticorpos anti-dsDNA, anti-Smith), complemento baixo (C3/C4), avaliação de urina e função renal, e, com frequência, biópsia renal para confirmar a classe e orientar o tratamento.

Tratamento depende da classe. Formas proliferativas (III/IV) costumam receber indução com corticosteroides de alta dose mais imunossupressores como micofenolato de mofetila ou ciclofosfamida; formas membranosas (V) também são tratadas com imunossupressão conforme o caso, associada à manutenção com doses menores de esteroide. Inibidores da RAAS reduzem a proteinúria; hidroxi-cloroquina é geralmente indicada para LES. Monitorização regular de função renal, proteína na urina e pressão arterial é essencial. O prognóstico varia; alguns atingem remissão, outros progridem para insuficiência renal terminal exigindo diálise ou transplante.