ematoencefalica

Ematoencefalica, frequentemente referida como barreira hematoencefálica, é a interface entre o sangue e o sistema nervoso central (SNC) responsável por controlar o intercâmbio de substâncias. Ela é formada por células endoteliais dos capilares cerebrais com junções oclusivas bem fechadas, uma membrana basal, pericíritos, e pelas projeções dos astrócitos. Esse conjunto atua como meio seletivo que impede a passagem de muitos patógenos e toxinas, mantendo o meio intracerebral estável.

Entre suas funções está a proteção do SNC contra variações metabólicas e agentes nocivos, bem como a regulação do transporte de oxigênio, glicose e aminoácidos. Transportadores específicos, como o GLUT1 para glicose, bombas de efluxo (por exemplo, a glicoproteína P) e sistemas de transportadores ativos, permitem a entrada de substâncias essenciais enquanto expulsam compostos potencialmente perigosos.

A permeabilidade da barreira pode ser alterada por inflamação, trauma, isquemia, infecções e tumores, levando a edema cerebral e comprometimento neurológico. A disfunção da barreira está associada a diversas doenças neurodegenerativas e psiquiátricas, e influencia a farmacocinética de muitos fármacos.

Do ponto de vista terapêutico, a barreira representa um obstáculo significativo à entrega de fármacos ao SNC, estimulando pesquisas em métodos de transporte mediado por receptores, formulações lipofílicas, nanopartículas e modulação temporária da permeabilidade. Em algumas áreas do cérebro, como órgãos circunventriculares, a barreira é menos rígida, permitindo maior passagem de certos mediadores.