Existentialismo

Existentialismo é uma corrente filosófica, literária e cultural que coloca a experiência humana concreta no centro de sua investigação. Valoriza a liberdade, a responsabilidade e a tomada de decisão individual frente à busca de sentido em um universo indiferente. Não se trata de um sistema único, mas de um conjunto de posições que compartilham a recusa de explicações baseadas apenas na razão, na natureza ou em uma essência fixa. Suas raízes remontam a Søren Kierkegaard, com ênfase na escolha pessoal e no comprometimento religioso ou existencial, e a Friedrich Nietzsche, com crítica aos grandes sistemas e à ideia de que o sentido deve ser criado pelo indivíduo. No século XX, o existentialismo ganhou expressão significativa na França e na Alemanha, influenciado pela fenomenologia de Husserl e, especialmente, por Heidegger, que enfatizou a existência como chão da compreensão ontológica.

Entre os temas centrais estão a afirmação de que existência precede essência, a liberdade radical de projetar a própria vida e a responsabilidade que dela decorre; a procura de autenticidade diante de convenções sociais; a angústia, a solidão e o absurdo como modos de enfrentar a falta de garantias metafísicas; e o questionamento do sentido da vida sem recorrer a explicações religiosas ou deterministas.

Os nomes mais associados ao movimento incluem Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Albert Camus, Martin Heidegger, Merleau‑Ponty, e Karl Jaspers. O existentialismo francês desenvolveu uma visão secular e literária, enquanto correntes fenomenológicas e teológicas exploraram dimensões religiosas, éticas e culturais. O legado do existentialismo encontra aplicação em filosofia, literatura, teologia, psicologia e cinema, onde se discute liberdade, identidade, responsabilidade e a criação de significado.