pleiotropia

A pleiotropia, ou pleiotropia genética, é um fenômeno em que um único gene influencia dois ou mais traços fenotípicos distintos, que podem parecer não relacionados. É comum em muitos organismos e difere de traços poligênicos, nos quais vários genes contribuem para apenas um traço.

Os mecanismos da pleiotropia incluem: o produto do gene atua em várias vias biológicas; o gene é expresso em diferentes tecidos; ou regula a expressão de múltiplos genes. A pleiotropia pode ser classificada como verdadeira, quando há efeito direto sobre vários traços, ou mediada, quando o efeito em um traço ocorre por meio de outro traço. Também se discute entre pleiotropia horizontal (efeitos diretos independentes) e vertical (efeitos em cascata).

Exemplos clássicos ilustram a pleiotropia. O gene CFTR, associado à fibrose cística, pode afetar pulmões, pâncreas, fígado e vias reprodutivas. O gene FBN1, da fibrilina-1, está ligado à síndrome de Marfan e envolve alterações no esqueleto, nos olhos e no sistema cardiovascular. O gene HBB, da hemoglobina beta, apresenta mutações que causam anemia falciforme com crises dolorosas, ao mesmo tempo em que podem conferir alguma resistência à malária em portadores heterozigotos.

Implicações: na medicina, a pleiotropia pode fazer com que o tratamento de uma característica influencie outras traços; na evolução, pode gerar trade-offs, como a pleiotropia antagonística, em que um alelo oferece vantagem em uma etapa da vida, mas custos em outra. Em pesquisas genômicas, a pleiotropia complica a ligação direta entre genes e fenótipos.