Magnetotellúrica

Magnetotellúrica é uma técnica geofísica que investiga a resistividade elétrica do interior da Terra a partir de campos eletromagnéticos naturais observados na superfície. É um método passivo, baseado na interação entre o campo magnético da Terra e variações naturais desse campo, sem fontes artificiais.

O princípio fundamental envolve medir campos elétricos horizontais E e campos magnéticos horizontais B gerados por fontes naturais (principalmente variações ionosféricas e magnetosféricas). A relação entre E e B, dependente da frequência, fornece o impedimento eletromagnético do subsolo, que pode ser convertida em modelos de resistividade com profundidade. A análise pode considerar regimes 1D, 2D ou 3D, permitindo interpretar estruturas geológicas como rochas mais ou menos condutivas e suas transições.

A coleta de dados utiliza redes de magnetômetros para as componentes do campo magnético e eletrodos para as componentes do campo elétrico, com várias configurações de arranjo para cobrir diferentes comprimentos de onda. A qualidade dos dados depende da calmaria geológica e da ausência de ruídos culturais. Ensaios são frequentemente complementados por ajustes de distorções da superfície (galvanic distortion) e por técnicas de inversão para obter modelos de resistividade do subsolo.

Aplicações comuns incluem hidrogeologia, prospeção geotérmica, exploração mineral e hidrocarbonetos, estudo de estruturas crustais e falhas, e avaliação de perigos geológicos. Limitações incluem dependência de condições geomagnéticas, profundidade de penetração relacionada à faixa de frequência, resolução não única e sensibilidade a anisotropias e heterogeneidades próximas da superfície. Em conjunto com outras geofísicas, fornece imagens interpretativas do contato entre diferentes unidades geológicas.