Derivações

Derivações, no campo da linguística, referem-se ao processo de formação de novas palavras por meio da adição de afixos derivacionais (prefixos, sufixos) ou de combinações que mudam a classe gramatical e o significado de uma base lexical. Diferem da flexão, que apenas marca aspectos gramaticais como número, tempo ou gênero, mantendo a lexia original.

Os principais tipos de derivação incluem a derivação prefixal, em que um prefixo é acrescentado à raiz (por exemplo, feliz → infeliz, que modifica o sentido sem alterar a classe), e a derivação sufixal, na qual um sufixo é acrescentado (por exemplo, feliz → felicidade; amigo → amigável), frequentemente mudando a classe gramatical. Há ainda a derivação parassintética, na qual a adição simultânea de prefixo e sufixo cria uma forma derivada que não costuma existir sem ambas adesões (a definição de parassíntese envolve condições específicas de produtividade e uso).

A derivação também envolve alterações fonológicas mínimas em alguns casos, além de criar palavras com significados relacionados, mas não idênticos, aos da base. Em geral, o objetivo é ampliar o vocabulário, gerar novas categorias lexicais e permitir nuances semânticas diferentes dentro de uma língua.

Exemplos comuns incluem: prefixal (des- em desleal), prefixal/sufixal com mudança de classe (feliz → felicidade), e sufixal (amigo → amigável; beleza → beleza- dade em formas nominais). Em muitas línguas, a derivação é altamente produtiva e central para o funcionamento do léxico, influenciando dicionários, processamento de linguagem natural e estudos históricos de vocabulário.