temperança

Temperança é uma virtude ética que implica moderação ou contenção das paixões, desejos e impulsos, especialmente no âmbito dos apetites corporais, como a gula, a embriaguez e o consumo excessivo. A temperança não rejeita prazer ou satisfação legítima, mas busca equilíbrio, autocontrole e discernimento para evitar excessos que prejudiquem a pessoa ou a convivência social. Em termos práticos, envolve autogoverno, autocontrole e prudência na prática de hábitos diários.

Etimologicamente, temperança deriva do latim temperantia, de temperare, significando regular, temperar ou ajustar a proporção. Na filosofia antiga, a temperança é uma virtude que modera os desejos, associada a sophrosyne na tradição grega e a temperantia no mundo romano. Na ética aristotélica, a moderação é uma forma de virtude intermediária entre excessos, orientando o que fazer e como agir.

Na tradição cristã ocidental, a temperança é uma das quatro virtudes cardeais, ao lado de prudência, justiça e fortaleza, enfatizando o domínio das paixões para viver uma vida moral e comunitária. Em várias tradições religiosas, a temperança também se entende como moderação no uso de bens criados, especialmente na alimentação, no álcool e nos desejos sexuais.

No uso secular moderno, temperança pode significar moderação geral no comportamento e, em alguns contextos, a abstinência de bebidas alcoólicas. O termo também foi empregado em movimentos sociais dedicados à temperança, que promoveram restrições ao álcool e, em certos casos, a proibição. Em termos gerais, a temperança é uma virtude central nas tradições éticas ocidentais, orientando a conduta rumo ao equilíbrio e ao bem comum.