astrométricas

Astrometria é a área da astronomia dedicada à medição precisa de posições, paralaxes e movimentos de estrelas e de outros objetos celestes. Suas grandezas fundamentais são a posição no céu (ascensão reta e declinação), a paralaxe e o movimento próprio, que permitem determinar distâncias, velocidades tangentes e estabelecer referências celestes estáveis.

A paralaxe resulta da mudança de visão durante a órbita da Terra, permitindo estimar distâncias a objetos próximos. O movimento próprio descreve o deslocamento gradual de um objeto no céu devido à sua translação na galáxia. Juntas, essas grandezas definem posição e movimento de fontes astronômicas com alta precisão e formam a base de muitos ramos da astrofísica.

História e métodos: a medição de paralaxe começou no século XIX com Friedrich Bessel para 61 Cygni. A introdução da fotografia, seguida pelo uso de detectores digitais (CCD), aumentou consideravelmente a precisão. Missões espaciais como Hipparcos e Gaia elevaram a astrometria a patamares sem precedentes, alcançando precisão de microarcosegundos em muitos objetos.

Instrumentos e referência: a astrometria moderna utiliza telescópios terrestres com câmeras e observações no espaço. O quadro de referência internacional é o ICRS, alinhado pelo ICRF, que usa posições de fontes extragalácticas para orientar o sistema. Gaia fornece catálogos com posições, paralaxes e movimentos próprios para bilhões de fontes.

Aplicações: permite a calibração de distâncias no cosmos, o mapeamento da estrutura e da dinâmica da Via Láctea, a determinação de órbitas de asteroides e cometas, e o estabelecimento de bases para outras áreas da astronomia.

Desafios continuam: efeitos atmosféricos, erros sistemáticos e necessidade de modelagem precisa. Observações no espaço reduzem esses problemas, e futuras missões devem ampliar o alcance e a qualidade dos catálogos.