regurgitação

Regurgitação é o retorno retrógrado de conteúdo de um compartimento para o que o precede, geralmente através de uma válvula ou orifício, sem o esforço de vômito. Pode ocorrer em vários sistemas do corpo, incluindo o gastrointestinal e o cardiovascular, e pode ser transitório ou crônico.

Regurgitação gastroesofágica é o retorno passivo de conteúdo gástrico ao esôfago ou à boca. Diferencia-se de vômito pela ausência de náusea e de contrações abdominais intensas. Em crianças é comum nos primeiros meses, mas pode indicar doença quando frequente ou associada a irritabilidade, tosse ou refluxo ácido. O diagnóstico é clínico e pode ser apoiado por monitorização de pH, endoscopia ou manometria esofágica. O tratamento envolve mudanças de estilo de vida, refeições menores, elevação da cabeça e evitar deitar-se após as refeições; fármacos incluem antiácidos, inibidores de bomba de prótons e, às vezes, prócinéticos. Casos refratários podem exigir cirurgia de fundoplicatura.

Regurgitação cardíaca é o fluxo retrógrado de sangue através de uma válvula cardíaca incompetente (mitral, aórtica, tricúspide ou pulmonar). Classifica-se como leve, moderada ou grave. Sintomas variam de assintomáticos a dispneia, fadiga e edema; o exame físico pode revelar sopro. O diagnóstico é principalmente pela ecocardiografia, que avalia a gravidade e a função ventricular. O tratamento depende da válvula e da gravidade, variando de observação a medicamentos para sintomas, até reparo ou substituição valvular, por cirurgia ou transcateter. Prognóstico depende da etiologia e da função ventricular.

Regurgitação pode ter causas diversas e requer avaliação clínica para diferenciar as formas gastrointestinais das cardíacas, pois possuem abordagens terapêuticas distintas.