nefrokalsinose

Nefrocalcinose é uma condição caracterizada pela deposição de sais de cálcio na parênima renal, com predileção pela medula e pelas papilas renais. Pode ocorrer de forma difusa ou focal e, em muitos casos, é assintomática. A deposição de cálcio envolve predominantemente cálcio-fosfato ou cálcio-oxalato.

Causas: resulta de desequilíbrios metabólicos que aumentam a concentração de cálcio, fosfato ou oxalato, ou reduzem a inibição da cristalização. Entre as causas estão hiperparatireoidismo e hipercalcemia, hipercalciúria idiopática, acidose tubular distal (RTA tipo 1), oxalose primária, doença renal crônica com hiperfosfatemia, intoxicação por vitamina D, doenças granulomatosas e anomalias congênitas como o rim medular esponjoso (medullary sponge kidney).

Sinais e sintomas: grande parte é assintomática. Quando presentes, podem incluir hematúria, dor lombar, infecção urinária de repetição ou piora da função renal.

Diagnóstico: geralmente suspeitada pela avaliação de imagem. Ultrassonografia pode apresentar ecogenicidade aumentada nas papilas; a tomografia sem contraste evidencia calcificações medulares. Exames laboratoriais ajudam a identificar a etiologia: níveis de cálcio, fósforo e PTH, cálcio urinário, oxalato urinário e citrato, além da função renal (eGFR).

Tratamento: o objetivo é tratar a condição subjacente e reduzir o risco de progressão. Orientações de hidratação, ajuste dietético para reduzir cálcio/oxalato conforme a causa, tratamento de hiperparatiroidismo ou hiperoxalúria, uso de tiazídicos para hipercalciúria, citrato de potássio quando indicado e manejo de distúrbios ácido-base. A monitorização envolve avaliação metabólica e de imagem periódica.

Prognóstico: depende da extensão das calcificações e da etiologia; nem todos progridem para insuficiência renal, mas a função pode deteriorar em alguns casos.