hipertrigliceridémia

A hipertrigliceridemia é a condição em que há níveis elevados de triglicerídeos no plasma. O valor de referência em jejum costuma ser inferior a 150 mg/dL; níveis iguais ou superiores a 150 mg/dL caracterizam a condição em seus graus, sendo valores muito altos (>500 mg/dL) associados a maior risco de pancreatite, especialmente quando atingem ou passam 1000 mg/dL.

A etiologia pode ser primária (causas genéticas ou hereditárias) ou secundária a fatores de estilo de vida e comorbidades. Entre as causas secundárias estão obesidade, síndrome metabólica, diabetes mellitus mal controlada, hipotireoidismo, consumo excessivo de álcool, gravidez e uso de certos medicamentos (esteroides, estrogênios, diuréticos, antirretrovirais). Do ponto de vista fisiopatológico, a hipertrigliceridemia pode resultar de produção hepática aumentada de lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) e/ou da redução da captação e catabolismo de lipoproteínas ricas em triglicerídeos.

Clínica: na maioria das pessoas é assintomática. Pode haver xantomas eruptivos ou, em casos de TG muito elevados, pancreatite aguda, que é uma complicação grave. A avaliação diagnóstica baseia-se em um perfil lipídico de jejum e na exclusão de causas secundárias; pode exigir repetições para confirmar o diagnóstico.

Tratamento: foca na redução dos triglicerídeos e no manejo das causas subjacentes. Medidas de estilo de vida incluem perda de peso, dieta com menos carboidratos simples e gorduras saturadas, abstinência de álcool e prática regular de atividade física. Farmacoterapia costuma incluir fibratos como primeira linha para reduzir TG, complementados por óleo de peixe (ômega-3 de alta concentração); estatinas podem ser usadas se houver risco de doença cardiovascular. Em casos graves com pancreatite, medidas adicionais podem ser consideradas sob supervisão médica. A monitorização periódica do perfil lipídico orienta ajustes terapêuticos.