Saccharificação

Saccharificação é o conjunto de processos que converte polissacarídeos em monossacarídeos utilizáveis, principalmente glicose, por meio de hidrólise enzimática ou ácida. No contexto industrial, refere-se frequentemente à transformação de amido em açúcares simples para produção de adoçantes, bebidas e bioenergia, bem como à quebra de biomassas lignocelulósicas em açúcares fermentáveis.

Para amido, o processo costuma ocorrer em duas etapas. A liquefação utiliza alfa-amilase para reduzir a viscosidade do caldo aquecido, produzindo dextrinas. Em seguida, a saccharificação emprega glucoamilase (e, em alguns casos, beta-amilase) para gerar glicose a temperaturas mais baixas, formando glicose, maltose e maltodextrinas como produtos intermediários. O objetivo é obter glicose ou misturas de açúcares com alta contribuição de glicose.

Para materiais celulósicos, a saccharificação envolve celulases que quebram a celulose em glicose sob condições moderadas de pH e temperatura (geralmente pH 4,8–5,5; 45–50°C). Antes, costuma ocorrer um pré-tratamento para aumentar a acessibilidade das fibras. Esse tipo de saccharificação é central na produção de etanol de segunda geração a partir de resíduos lignocelulósicos.

Enzimas-chave incluem alfa-amilase, beta-amilase, glucoamilase e beta-glucosidase, além de enzimas celulases (endoglucanases, exoglucanases). Desafios comuns envolvem custo enzimático, inibição por subprodutos, formação de oligossacarídeos e necessidade de condições otimizadas para maximizar rendimento e eficiência.