lenição

Lenição é o termo empregado em fonologia para designar o enfraquecimento de consoantes ao longo de processos fonéticos ou históricos. Em termos simples, consoantes que antes eram mais fortes tornam-se menos constritivas, frequentemente ganhando sonoridade, virando fricativas ou aproximantes, ou perdendo traços de dureza em determinados contextos.

A lenição ocorre em várias famílias de línguas. Um caso clássico aparece nas línguas celtas, especialmente no irlandês, onde existem mutações consonantais conhecidas como séimhiú. Nessa mutação, consoantes iniciais sofrem modificações visíveis na pronúncia e na escrita: p pode tornar-se ph (frequentemente percebido como f), b pode tornar-se bh (aproximando-se de v), c pode tornar-se ch (fricativa palatal), entre outros. Em outros idiomas e dialetos, a lenição pode se manifestar como fricativação, aproximação ou sonorização de consoantes, ocorrendo em contextos fonéticos específicos, como entre vogais ou após determinados morfemas. Em algumas tradições, a lenição também está associada a mudanças históricas de sonoridade que ajudam a explicar traços atuais de uma língua.

Função e importância: a lenição amplia a compreensão sobre como as línguas simplificam sequências consonantais ao longo do tempo, reduzem a articulatória ou facilitam a pronúnia em determinados ambientes fonéticos. Em termos analíticos, distingue-se de fortição, o processo oposto, que envolve o aumento da constrição articulatória.

Observação: o uso do conceito varia entre tradições linguísticas. Em línguas celtas, a lenição tem forte componente gramatical e ortográfico (mutação inicial), enquanto, em outras línguas, descreve mudanças fonéticas históricas mais amplas.