humanismo

Humanismo é um conjunto de correntes intelectuais que valorizam a dignidade, a capacidade e a agência humanas, bem como o estudo da cultura e dos valores humanos. Deriva do latim humanitas, que significa humanidade ou cultivo, e costuma ligar ética, educação e reflexão pública à ideia de desenvolvimento humano por meio da razão, da crítica e do aprendizado.

Na tradição renascentista, o humanismo floresceu entre os séculos XIV a XVI, especialmente na Itália e no norte da Europa. Reviveram-se textos clássicos em latim e grego, com ênfase na philologia, na história, na poesia e na retórica, formando o programa dos studia humanitatis. Figuras como Petrarca, Boccaccio e Coluccio Salutati estão entre os pioneiros italianos, enquanto Erasmo e Thomas More destacaram-se no norte. O movimento combinou uma recuperação do legado antigo com dimensões cívicas e, em muitos casos, com uma cristandade reformulada, dando origem ao que também é chamado de humanismo cristão.

No mundo moderno, o termo ampliou-se para incluir o humanismo secular, que sustenta éticas fundamentadas na razão, na ciência e na dignidade humana, independentemente de dogmas religiosos. O humanismo secular enfatiza direitos humanos, educação crítica, justiça social e um papel ativo da ciência na formulação de políticas públicas; também defende a separação entre religião e Estado em muitos contextos.

Em contextos de língua portuguesa, “humanismo” pode referir-se tanto ao estudo das humanidades (humanidades, história, literatura, línguas) quanto a uma visão de mundo centrada na dignidade humana e na ética racional. A tradição é plural e abrange diversas leituras, desde o renascentismo até o humanismo secular contemporâneo.