Angiotensinaogênio

Angiotensinaogênio é uma glicoproteína precursor que dá origem à angiotensina I. É produzida principalmente pelo fígado (hepatócitos) e secretada na circulação, funcionando como substrato para a enzima renina. A renina cliva angiotensinaogênio para liberar angiotensina I, que é subsequentemente convertida pela enzima conversora de angiotensina (ACE) em angiotensina II, o principal efetor hormonal do sistema renina-angiotensina.

A angiotensina II é um potente vasoconstritor que aumenta a pressão arterial e estimula a secreção de aldosterona pelas glândulas adrenais, promovendo retenção de sódio e água e contribuindo para o equilíbrio de fluidos e eletrólitos. Assim, o eixo angiotensinaogênio-renina-angiotensina regula a pressão arterial, o gasto cardíaco e a função renal, entre outras funções fisiológicas.

O gene AGT codifica a angiotensinaogênio. Variantes genéticas, como a mutação M235T, estão associadas a níveis plasmáticos mais elevados de angiotensinaogênio e, em algumas populações, a maior predisposição para hipertensão e doença cardiovascular. A expressão de angiotensinaogênio é modulada por hormônios e estados fisiológicos, com estrogênio, glicocorticoides e hormônios tireoidianos capazes de influenciar a produção hepática, além de fatores inflamatórios.

Além da fonte hepática, também ocorre produção local de angiotensinaogênio em tecidos como cérebro, coração e tecido adiposo, contribuindo para sistemas locais de renina-angiotensina. Medicamentos que modulam o eixo, como inibidores da ECA e antagonistas dos receptores de angiotensina II, são usados para tratar hipertensão e outras condições associadas à disfunção do sistema.