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Realizabilidade

Realizabilidade é um método semântico na lógica e na ciência da computação que associa a cada enunciado um realizador, isto é, um objeto computacional concreto capaz de demonstrar a sua verdade. Em lógica intuicionista e matemática construtiva, um enunciado é considerado verdadeiro na medida em que existe um realizador que o verifica, tornando explícita a conteúdo computacional da prova. O conceito foi introduzido por Stephen Kleene na década de 1940 como interpretação construtiva da aritmética intuicionista, associando fórmulas a funções recursivas. ao longo do tempo a realizabilidade expandiu-se para interpretações de lógicas mais amplas e para fundamentos da computação, incluindo realizabilidade para-topos e realizabilidade clássica.

Em termos técnicos, para uma proposição P com quantificações, o realizador é um objeto que, de forma

Variantes importantes incluem a realizabilidade de Kleene, a realizabilidade modificada de Kreisel e desenvolvimentos em realizabilidade

prática,
fornece
evidência
computável
de
P.
Em
lógica
proposicional:
P∧Q
é
realizado
por
um
par
que
realiza
P
e
Q;
P∨Q
por
um
indicador
de
escolha
entre
as
partes
realizadas;
P→Q
por
um
método
que
transforma
qualquer
realizador
de
P
em
um
realizador
de
Q;
∃x
P(x)
por
uma
evidência
que
inclui
um
witness
e
um
realizador
de
P(witness);
∀x
P(x)
por
uma
função
computável
que,
dado
x,
retorna
um
realizador
de
P(x).
Em
realizabilidade
clássica,
abordagens
como
a
de
Krivine
estendem
o
framework
para
interpretar
raciocínio
não
construtivo
usando
técnicas
como
continuations.
para-topos.
Aplicações
comuns
situam-se
na
extração
de
programas
a
partir
de
provas,
na
teoria
de
normalização
e
na
semântica
de
sistemas
de
tipos,
além
de
oferecerem
ferramentas
para
a
interpretação
computacional
de
teoremas
na
lógica
construtiva
e
na
matemática.