Delírios

Delírios é um estado clínico agudo de perturbação da atenção e da consciência, com alterações na percepção e no pensamento que surgem em horas ou dias e variam ao longo do dia. Não é uma condição demencial crônica e requer avaliação médica para identificar a causa subjacente.

Principais características incluem desatenção marcada, flutuações do nível de alerta, desorganização do pensamento, perceptuais (alucinações), distúrbios do sono e mudanças psicomotoras. A flutuação diurna é típica.

Causas são diversas e incluem doenças médicas agudas (infecções, desidratação, desequilíbrios metabólicos), uso, abuso ou abstinência de substâncias, efeitos de medicamentos, cirurgia e hospitalização, especialmente em idosos ou em pessoas com demência.

Diagnóstico envolve história clínica, exame físico e busca de precipantes; ferramentas como o Confusion Assessment Method (CAM) ou o 4AT ajudam na detecção. Exames laboratoriais, metabólicos, função renal/hepática, glicose, infecção e neuroimagem podem ser solicitados para identificar causas reversíveis ou estruturais.

Tratamento foca na correção da causa, manejo do sono e do ambiente, hidratação e dor adequadas. Intervenções não farmacológicas são prioritárias, incluindo iluminação adequada, presença de familiares e estratégias de reorientação. Em casos de agitação persistente, fármacos antipsicóticos de baixa dose podem ser usados com cautela, evitando medicamentos com fortes efeitos anticolinérgicos.

Prognóstico: depende da etiologia subjacente. O delirium tende a durar dias a semanas e está associado a maior morbidade, prolongamento da internação e maior risco de reincidência ou de pior desfecho cognitivo, especialmente em idosos.