Índias

Índias é um termo histórico de uso comum em português para designar, em contextos europeus, as terras situadas no entorno do Oceano Índico associadas à ideia de as “Índias”. Originalmente referia-se à Índia propriamente dita, ao subcontinente indiano, mas, na prática, abrangia também partes da Ásia Sudeste e outras áreas ligadas ao comércio de especiarias. A expressão Índias Orientais distinguia-se das Índias Ocidentais (as Índias Ocidentais, ou West Indies, nas Américas) no léxico europeu da época.

Geograficamente, as Índias Orientais descritas pela coroa portuguesa englobavam o chamado Estado da Índia (área de influência e domínio no litoral indiano), com Goa, Daman e Diu como núcleos administrativos; além disso, possuíram enclaves e postos no Sudeste Asiático e no Pacífico, como Malaca (Malásia), Timor-Leste e Macau, bem como áreas da Ceilão (Sri Lanka) em fases de domínio português. Essas possessões formaram uma rede de comércio de especiarias, assentando-se no controle de rotas marítimas do Oceano Índico.

História: o conceito emergiu durante as navegações do século XV, quando os portugueses buscaram uma rota direta para as riquezas das Índias. A viagem de Vasco da Gama, em 1498, abriu a presença europeia na região. O domínio luso expandiu-se ao longo dos séculos, mas foi dissolvendo-se diante da ascensão de holandeses e britânicos a partir do século XVII. Goa manteve-se núcleo do Estado da Índia até 1961, Macau até 1999 e Timor-Leste manteve-se sob influência portuguesa até 1975, com independência formalizada em 2002.

Atualmente, o termo Índias é em grande parte histórico, utilizado principalmente em contextos cartográficos ou literários; em termos contemporâneos, utiliza-se principalmente a referência aos estados e regiões já independentes ou aos nomes geográficos atuais.