eurocêntrica

Eurocêntrica refere-se a uma perspectiva que coloca a Europa como referência normativa para entender história, cultura, conhecimento e instituições políticas, sociais e científicas. Em uma visão eurocêntrica, eventos, ideias e valores europeus são apresentados como universais ou centrais, enquanto as contribuições de outras regiões são tratadas de modo periférico. Essa moldura de pensamento pode influenciar a historiografia, a educação e as representações culturais, moldando narrativas sobre modernidade e civilização.

As raízes do eurocentrismo remontam ao desenvolvimento histórico da Europa, à expansão colonial e a tradições acadêmicas que privilegiam a ciência e a história europeias. Em muitos sistemas educacionais, o currículo privilegia temas europeus, enquanto saberes de outras culturas são marginalizados, exotizados ou usados como complemento. O conceito também se manifesta na divisão entre "Ocidente" e "Não Ocidente".

As críticas destacam que o eurocentrismo distorce o passado e o presente, reproduz desigualdades de poder e desvaloriza saberes locais. Abordam-se estratégias como história global, estudos decoloniais e pesquisas transnacionais, que questionam fontes, contextos e hierarquias de valor. Refletir sobre eurocentrismo implica reconhecer pluralidade de perspectivas históricas e científicas.

Na atualidade, muitos estudiosos defendem abordagens plurais que integram diversas tradições culturais, linguísticas e científicas. O objetivo é uma compreensão mais ampla do mundo, reconhecendo contribuições diversas para a ciência, a arte e a organização social, sem reduzir toda a história a uma única grande narrativa europeia.