contestualismo

Contextualismo é uma família de teorias filosóficas que afirma que o significado, o conteúdo cognitivo e as condições de verdade de certas afirmações dependem do contexto de uso. Surgiu principalmente nos campos da filosofia da linguagem e da epistemologia, e apresenta variações que enfatizam diferentes tipos de dependência contextual, desde o conteúdo semântico das palavras até as condições sob as quais alguém pode ser dito ter conhecimento.

Contextualismo semântico sustenta que o conteúdo de enunciados com expressões sensíveis ao contexto — como eu, aqui, agora — varia conforme o contexto de fala, audiência e propósito comunicativo. Essa abordagem explica por que sentenças aparentemente simples podem ter conteúdos diferentes em situações distintas sem que haja alteração na formulação das palavras.

Contextualismo epistemológico afirma que as atribuições de conhecimento mudam conforme o contexto de conversa. Em contextos normais, afirmações como “eu sei que X” podem ser verdade, mas em contextos céticos ou desafiadores podem exigir padrões mais altos de justificativa, tornando a mesma atribuição inadequada. A ideia busca explicar variações na prática de atribuição de conhecimento entre interlocutores e situações.

Historicamente, o contextualismo epistemológico ganhou impulso com Keith DeRose, enquanto o contextualismo semântico tem raízes em debates sobre indexicais e demonstrativos, com contribuições de filósofos como David Kaplan e seus seguidores.

Críticas apontam que o contextualismo pode levar a um relativismo linguístico ou inadequadamente explicar a comunicação entre falantes. Defensores, por sua vez, argumentam que a abordagem descreve fielmente a prática linguística e epistemológica, distinguindo conteúdo estático de uso contextual.

Ver também: indexicais, sensibilidade ao contexto, filosofia da linguagem, epistemologia.