Portaenxertos

Porta-enxertos são a parte subterrânea de plantas cultivadas que formam o sistema radicular sobre o qual o enxerto é unido. Eles influenciam o vigor e o porte da planta, a precocidade de produção, a tolerância a pragas e doenças radiculares, e a adaptação a diferentes tipos de solo, drenagem e disponibilidade de água. Em essência, o porta-enxerto não determina a variedade, mas pode alterar significativamente o desempenho da cultivar enxertada.

A escolha do porta-enxerto depende de fatores como o tipo de solo (argila, areia, solos alagados), pH, clima, risco de nematoides, salinidade, e o objetivo de manejo (porte anão, semi-vigoroso ou vigoroso; resistência a doenças). Porta-enxertos anões reduzem o porte e adiantam a frutificação, enquanto porta-enxertos vigorosos podem ser preferidos em solos pobres ou com menor necessidade de manejo. A compatibilidade entre porta-enxerto e cultivar é essencial para evitar falhas de enxertia.

Entre os porta-enxertos comuns, destacam-se para maçã: M9 e M26 (anões), MM106 e MM111 (semi-vigorosos); para uva, 101-14 Mgt, 3309C e 110R; para citrinos, Carrizo citrange, Swingle citrumelo, Rangpur lime, e Poncirus trifoliata em alguns sistemas; cada combinação visa equilibrar resistência a pragas, tolerância a solos específicos, adaptação climática e desempenho de produção.

Historicamente, o desenvolvimento de porta-enxertos teve impactos relevantes na fruticultura e na viticultura, permitindo cultivar espécies em solos desafiadores e ampliar zonas de cultivo. Atualmente, a seleção de porta-enxertos continua a ser uma prática fundamental de manejo, combinando observação local, pesquisas de compatibilidade e necessidades de manejo agronômico.