Panteísmo

Panteísmo é a doutrina que identifica a divindade com a totalidade do real. Em suas formas mais comuns, Deus não é um ser pessoal separado do mundo; Deus é a própria natureza, o cosmos ou a realidade universal. Assim, o mundo não é criado por uma divindade transcendente, mas constitui-se como expressão ou manifestação de uma realidade divina única. A divindade, nesse quadro, é imanente ao exercício da existência e está presente em toda parte.

Na história da filosofia, o panteísmo tem raízes antigas e foi formulado de várias maneiras. Entre os pensadores modernos, Baruch Spinoza é referência central, defendendo Deus ou a Natureza (Deus sive Natura) como uma única substância, com atributos que se manifestam na ordem do mundo. Outras correntes associam o panteísmo a perspectivas naturalistas que negam um deus pessoal e enfatizam a divindade da natureza e de suas leis.

Variantes atuais distinguem entre panteísmo naturalista, que identifica a divindade com a natureza tal como é estudada pela ciência, e panenteísmo, que sustenta que Deus está em tudo, ao mesmo tempo em que excede o mundo e o envolve. Em muitos casos, o panteísmo admite uma dimensão ética ou espiritual sem a figura de um Deus pessoal, promovendo uma visão de reverência pela natureza e pelo cosmos.

Crenças panteístas costumam ser associadas a críticas ao teísmo tradicional, especialmente à ideia de um Deus criador pessoal e interveniente. Questões discutidas incluem a relação entre divindade e sofrimento, o papel da oração e a natureza da religião. Em termos gerais, o panteísmo oferece uma leitura naturalista ou filosófica da divindade, integrada à compreensão científica da realidade.